ela que vem de branco

laura
2 min readJun 29, 2021

--

Quando sobe aos céus, ainda se destaca pouco, uma mera pérola branca em meio ao azul claro que marca o dia. Passam-se algumas horas e lá estará a mesma joia, sendo acompanhada da escuridão e de nuvens que refletem sua claridade, que, na verdade, nunca foi sua.

A noite é da Lua e, durante a madrugada, suas companhias são as estrelas, que, por vezes, também evitam aparecer. Esse estado solitário é, ainda, agravado pelo som do silêncio amortecedor que assola ruas e esquinas das cidades que a acompanham em seu trajeto. Ela vive em calmaria e quietude, sua estabilidade se expande para todos os universos em que ocupa seu espaço primordial: o de dama, uma noiva que se casa em meio à escuridão desconhecida.

Tantos foram os enganados por sua beleza, que reflete em rios e mares, confundindo os tolos que se atrevem a nadar em busca de sua grandiosidade. Seu brilho, que é, na verdade, gerado por seu grande companheiro de jornada, o Sol, destaca-se em meio ao negro céu que a circunda. Suas manchas e crateras são, de longe, ainda muito perceptíveis, porém formam sua unicidade em meio aos medíocres seres similares que formam os conjuntos universais.

A Lua, que recebe tantos nomes, todos tão belos quanto sua aparência, sobe para iluminar o silêncio, preenchendo o crepúsculo com seu cheiro de serenidade e atmosfera tranquila. Quando somente as luzes dos postes iluminam a cidade, deixando as sombrias janelas ainda mais misteriosas, é ela quem protege os seres da noite. A grande mãe, mulher, noiva, irmã e amiga.

A Lua não abandonou seu posto em todos seus anos e hoje, cheia e brilhante, fortifica seu caráter jovial e protetor. Ela continua ali, olhando para todos, guiando-nos para o infinito e agraciando o universo com sua preciosidade. A musa dos amantes é eterna, assim como o sentimento provocado por ela.

--

--

laura

aspirante a escritora | estudante de jornalismo pela ufmg | enfj | tentando falar sobre a vida